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Advogados passam anos se dedicando à excelência técnica. Estudam teses complexas, acompanham mudanças legislativas e constroem argumentos sólidos para defender clientes em disputas decisivas. No entanto, muitos escritórios percebem que essa competência, por si só, não garante novos clientes. O problema não é a falta de qualidade, mas como a expertise é comunicada.

O choque entre pensar como advogado e pensar como comunicador

A formação jurídica treina profissionais para analisar riscos, detalhar argumentos e escrever de forma precisa e formal. Esse perfil é essencial para atuar em tribunais ou em negociações contratuais. Mas quando esse mesmo estilo é usado em artigos ou posts, o resultado pode afastar o leitor.

👉 Exemplo prático: um sócio escreve um artigo de 12 páginas sobre reforma tributária cheio de termos técnicos, citações doutrinárias e notas de rodapé. Para outro advogado, esse conteúdo é valioso. Para um diretor jurídico de empresa, pode soar inacessível. O público busca clareza sobre impactos práticos (como a mudança afetará sua operação) e não um parecer acadêmico.

O medo da exposição e a paralisia do marketing

Muitos advogados também evitam a exposição porque associam marketing à autopromoção exagerada ou à mercantilização. Isso gera insegurança e leva a uma espécie de paralisia: o escritório prefere não comunicar nada a arriscar críticas.

👉 Exemplo prático: um advogado evita postar no LinkedIn sobre um prêmio conquistado porque teme parecer “vaidoso”. O resultado é que o reconhecimento passa despercebido pelo mercado, quando poderia reforçar credibilidade e atrair novas oportunidades.

A falsa ideia de perda de tempo

Outro ponto comum é acreditar que investir tempo em marketing tira o foco do que realmente importa: atender clientes. No entanto, o tempo dedicado à comunicação pode render frutos valiosos, desde que feito com estratégia.

👉 Exemplo prático: uma sócia dedica algumas horas por mês para escrever artigos explicando mudanças regulatórias. Esse conteúdo, otimizado para SEO, gera visibilidade orgânica no Google e se torna referência para empresas do setor. Sem depender de anúncios pagos, o escritório passa a ser encontrado por potenciais clientes.

Como transformar conhecimento em reputação

A solução está em reposicionar o marketing. Não se trata de autopromoção, mas de serviço ao cliente e à sociedade. Explicar mudanças na legislação, comentar decisões relevantes ou participar de eventos como palestrante não é “vender”, mas compartilhar conhecimento de forma acessível.

👉 Exemplo prático: um advogado grava um breve vídeo explicando em linguagem simples como uma decisão do STF afeta empresas de tecnologia. Esse conteúdo é compartilhado em grupos corporativos e repercute muito mais do que um artigo técnico de dezenas de páginas.

O conhecimento jurídico é indispensável, mas sozinho não garante novos clientes. É preciso traduzir conhecimento em linguagem clara, adotar estratégias de inbound e outbound marketing dentro das regras da OAB e entender que comunicação é parte do exercício profissional. Não basta ser excelente, é preciso ser compreendido, lembrado e reconhecido.

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No mercado jurídico cada vez mais competitivo, os escritórios de advocacia precisam adotar estratégias eficazes para se destacar sem ultrapassar os limites éticos definidos pela OAB. Nesse cenário, duas abordagens de marketing ganham relevância: o inbound marketing e o outbound marketing. Embora diferentes, essas práticas podem se complementar e trazer benefícios significativos quando aplicadas de forma estratégica e responsável.

O inbound marketing no contexto jurídico

O inbound marketing, também chamado de marketing de atração, é baseado em atrair clientes de forma orgânica por meio da produção de conteúdo relevante. Para escritórios de advocacia, isso significa criar artigos para o site institucional sobre mudanças legislativas ou decisões de impacto, participar de webinars e podcasts que discutam tendências do setor jurídico, ou enviar newsletters periódicas com análises práticas de temas atuais.

O grande diferencial do inbound é que ele constrói autoridade no longo prazo. Um artigo otimizado para SEO pode continuar atraindo visitantes meses ou anos após a publicação. Essa estratégia ainda se alinha ao caráter educativo exigido pela OAB, já que não envolve linguagem promocional ou promessa de resultados, mas sim a difusão de conhecimento técnico de interesse público.

O outbound marketing aplicado com cautela

O outbound marketing, por outro lado, envolve ações ativas e direcionadas para alcançar potenciais clientes. Exemplos incluem campanhas segmentadas no Google Ads, anúncios patrocinados no LinkedIn ou contatos institucionais com empresas em setores estratégicos. No entanto, essas iniciativas precisam ser cuidadosamente planejadas para não violar as normas éticas da advocacia.

No contexto brasileiro, o outbound pode ser usado de forma ética para impulsionar conteúdos informativos que já foram produzidos pelo escritório, como artigos, análises ou convites para eventos institucionais. Esse formato respeita o caráter educativo da publicidade jurídica e evita a mercantilização. A vantagem do outbound é a rapidez nos resultados, já que permite alcançar decisores em pouco tempo. A desvantagem é a dependência de investimento contínuo, uma vez que a visibilidade tende a cair assim que a campanha é interrompida.

Como integrar inbound e outbound

A chave não está em escolher apenas uma das estratégias, mas em saber combiná-las. O inbound cria a base de credibilidade e reputação enquanto o outbound acelera o alcance e amplia a visibilidade junto a públicos específicos. Um escritório pode publicar um estudo sobre impactos da reforma tributária em determinado setor e em paralelo impulsionar esse conteúdo para gestores e diretores jurídicos de empresas desse segmento.

Essa integração aumenta as chances de gerar reconhecimento orgânico no longo prazo e oportunidades imediatas no curto prazo. Mais do que competir entre si inbound e outbound se complementam para construir uma presença digital sólida e estratégica.

Cuidados éticos fundamentais

A OAB por meio do Provimento 205 estabelece regras claras para a publicidade na advocacia. Isso significa que tanto inbound quanto outbound devem evitar práticas como menção a casos concretos linguagem apelativa promessa de resultados ou divulgação de honorários. O foco deve ser sempre na produção de conteúdo informativo que eduque o público e fortaleça a reputação do escritório como referência técnica.

Inbound e outbound marketing quando aplicados com planejamento e consoante a ética profissional são ferramentas valiosas para escritórios de advocacia. O inbound constrói autoridade, confiança e relevância orgânica, enquanto o outbound potencializa a exposição e acelera a geração de oportunidades. Quando usados juntos, esses dois caminhos permitem que os escritórios consolidem sua presença no mercado jurídico sem abdicar da seriedade e da credibilidade que a profissão exige.

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Ser reconhecido por diretórios como Chambers and Partners, Legal 500 ou Leaders League é uma conquista importante. O processo de submissão exige dedicação, organização de cases e coleta de depoimentos de clientes, mas a jornada não termina na divulgação do resultado do ranking. Na verdade, é a partir desse momento que o escritório precisa pensar estrategicamente em como transformar esse reconhecimento em reputação, novos negócios e fortalecimento da marca.

  1. Atualizar perfis e materiais de comunicação

O primeiro passo é incorporar o reconhecimento em todos os canais do escritório. Isso inclui perfis institucionais no site, páginas de advogados, apresentações corporativas, propostas e assinaturas de e-mail. Os diretórios funcionam como uma chancela externa de credibilidade para os escritórios e aumentam a confiança de quem pesquisa sobre a banca.

  1. Produzir e divulgar conteúdo sobre o reconhecimento

O ranking pode ser comunicado em posts no LinkedIn, newsletters e press releases. Mas é importante evitar a linguagem excessivamente promocional e adotar um tom informativo e sofisticado, destacando como o reconhecimento reflete a confiança dos clientes e a qualidade técnica da equipe.

  1. Valorizar os feedbacks dos clientes

Durante o processo de pesquisa dos diretórios, clientes são convidados a participar de entrevistas. Muitos desses relatos, quando positivos, podem ser publicados de forma anônima pelos próprios guias e utilizados como client reviews. Esse tipo de feedback é extremamente valioso, pois reforça a credibilidade do escritório com a voz de quem realmente importa, os clientes. Mais do que simples depoimentos, essas avaliações funcionam como prova social, fortalecendo a reputação institucional e ampliando a confiança de potenciais contratantes.

  1. Fortalecer a reputação online

Estar presente em diretórios jurídicos fortalece o SEO e amplia a visibilidade digital do escritório. Perfis otimizados, com palavras-chave adequadas, fotos profissionais e informações atualizadas aumentam a chance da banca aparecer em pesquisas no Google. Além disso, links de diretórios de alta credibilidade geram autoridade digital para o site.

  1. Usar o ranking para negócios e recrutamento

Além de atrair novos clientes, a presença em guias jurídicos contribui para a retenção de talentos e para atrair jovens advogados interessados em trabalhar em um escritório de referência. Internamente, também funciona como reconhecimento para as equipes envolvidas.

  1. Monitorar resultados e ROI

Por fim, é essencial acompanhar os resultados que os diretórios estão trazendo. Isso inclui monitorar acessos ao site vindos dessas plataformas, contatos recebidos e oportunidades geradas. Ferramentas como CRM e Google Analytics ajudam a medir esse impacto e guiar decisões sobre onde investir mais esforço no próximo ciclo de submissões.

A inclusão em um diretório jurídico não deve ser vista como um ponto de chegada, mas como o início de uma nova fase da estratégia de reputação. Ao transformar o reconhecimento em ação o escritório garante que a conquista vá além da comemoração e se converta em resultados concretos.

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Fonte: Mais que Direito

O dilema da publicidade na advocacia: avanços tímidos, retrocessos persistentes

Entre a proteção da ética e a necessidade de visibilidade, a publicidade jurídica no Brasil avança em meio a contradições que limitam a competitividade dos escritórios.

Recentemente, a OAB São Paulo divulgou decisão reforçando a vedação ao uso de casos concretos por advogados em qualquer tipo de publicidade ou comunicação, especialmente quando possam atingir grande amplitude, como postagens em redes sociais. A notícia causou surpresa no mercado, embora a proibição já esteja prevista no artigo 6º do Provimento n.º 205/2021, que veda expressamente a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional, sem, contudo, mencionar as redes sociais de forma direta.

A norma é clara ao priorizar a preservação do sigilo e da dignidade profissional, mas provoca questionamentos sobre sua aplicabilidade em um cenário no qual escritórios de advocacia precisam conciliar compliance ético com a sustentabilidade financeira. O mesmo provimento autoriza a utilização de anúncios pagos no Google Ads e o impulsionamento de postagens em redes sociais, o que gera certa dissonância. Se por um lado permite-se a veiculação de anúncios digitais, por outro impede-se que o escritório divulgue casos públicos e amplamente repercutidos pela mídia, mesmo quando não há quebra de sigilo.

Linha tênue

A medida visa evitar mercantilização da profissão e proteção de dados sensíveis, mas, na prática, cria insegurança sobre os limites do marketing jurídico.

Por que isso importa?

Porque a discussão sobre publicidade na advocacia envolve o equilíbrio entre inovação e ética profissional. De um lado, os advogados precisam se comunicar de forma transparente e sustentável no mercado; de outro, é essencial preservar o sigilo, a dignidade da profissão e a confiança pública. A forma como esses limites são definidos impacta diretamente a credibilidade da advocacia e a qualidade do serviço oferecido à sociedade.

Afinal, se um caso foi noticiado pela imprensa e está disponível em múltiplos canais, por que o escritório não poderia, com a devida cautela, compartilhar sua participação de forma objetiva? A linha que separa a publicidade informativa da captação de clientela é tênue e, quando mal definida, compromete a competitividade dos escritórios, que são, afinal, empresas e precisam gerar lucro para manter suas operações.

A questão da fiscalização amplia esse desafio. Como identificar e monitorar postagens potencialmente irregulares em um ambiente descentralizado e volátil como a internet? A dificuldade em rastrear conteúdos patrocinados tende a criar uma sensação de insegurança jurídica, em que escritórios menores evitam qualquer exposição por medo de sanção, enquanto outros, com maior estrutura, correm riscos calculados.

Um case

Um paralelo com a experiência norte-americana evidencia a defasagem do cenário brasileiro. Desde a decisão histórica do caso Bates v. State Bar of Arizona, em 1977, a Suprema Corte dos EUA reconheceu que a proibição total de publicidade por advogados feria a liberdade de expressão e o direito da sociedade à informação. Hoje, as regras americanas seguem a lógica de que a comunicação deve ser verdadeira e não enganosa, cabendo ao Estado restringir apenas práticas enganosas ou antiéticas. A American Bar Association (ABA) estabelece parâmetros claros para a publicidade que deve ser honesta, não induzir em erro e respeitar a confidencialidade, mas não há proibição genérica ao uso de casos públicos.

Para quem isso interessa?

Além de advogados, escritórios, departamentos jurídicos e reguladores, interessa à sociedade em geral. Isso porque conhecer a atuação dos escritórios de advocacia é importante para que cidadãos e empresas possam identificar com clareza quais serviços são prestados, avaliar a especialização de cada profissional e tomar decisões conscientes sobre quem contratar. Em última instância, trata-se de garantir acesso à informação confiável e fortalecer a relação de confiança entre sociedade e advocacia.

Diante dessa comparação, percebe-se que o Brasil ainda caminha a passos lentos na modernização das regras de publicidade para a advocacia. A preocupação com a ética é legítima, mas o excesso de restrições gera um efeito contrário ao pretendido, sufocando a competitividade dos escritórios e distanciando o mercado jurídico da realidade empresarial contemporânea.

Paradoxo

É urgente uma reflexão sobre a atualização do Código de Ética e do Provimento n.º 205/2021. O debate deve avançar para permitir uma comunicação mais transparente e alinhada às expectativas da sociedade digital, sem abdicar da preservação do sigilo profissional.

O desafio está em estabelecer critérios objetivos que autorizem a divulgação de casos públicos, com a devida autorização dos clientes quando necessário, e que coíbam apenas a exposição sensacionalista ou enganosa.

Enquanto isso não ocorre, o mercado jurídico brasileiro permanece preso a um paradoxo: permite-se o investimento em anúncios pagos para gerar visibilidade, mas veda-se o compartilhamento de conquistas profissionais, mesmo quando estas já são de domínio público. Assim, parece que a cada passo dado em direção ao avanço, vários outros nos empurram para trás.

A comparação com a regulamentação norte-americana demonstra que é possível equilibrar ética e competitividade por meio de regras claras e de fácil fiscalização. Em um ambiente digital cada vez mais complexo, insistir em proibições genéricas, como a vedação ao uso de casos concretos em redes sociais, é ineficaz e contraproducente. A advocacia brasileira precisa de uma atualização real, capaz de transformar a publicidade jurídica em uma ferramenta ética de valorização profissional, e não em um terreno minado de inseguranças.

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No universo do marketing jurídico, muitos sócios ainda acreditam que o sucesso de um conteúdo se mede apenas por curtidas, comentários e compartilhamentos. Mas a realidade é mais complexa. Grande parte da influência real acontece em espaços privados, onde não há métricas visíveis. Esse fenômeno é conhecido como dark social e merece atenção especial dos escritórios de advocacia que buscam fortalecer sua reputação e gerar novos negócios.

O que é dark social na advocacia

Dark social é todo o compartilhamento de conteúdo feito em canais privados como e-mails, grupos de WhatsApp, mensagens no LinkedIn ou até mesmo em reuniões presenciais. Quando um artigo produzido pelo escritório é encaminhado por um diretor jurídico a um colega, ou citado discretamente em um conselho de administração, dificilmente esse movimento aparece nas métricas tradicionais. No entanto, é nesse ambiente de confiança que as decisões mais relevantes começam a se formar.

Por que o dark social importa mais que os likes

Na advocacia empresarial, a contratação de um escritório continua sendo pautada pela confiança e pela reputação. Um artigo sobre reforma tributária pode gerar poucas curtidas no LinkedIn, mas se for compartilhado entre CFOs de empresas em um grupo fechado, o impacto pode ser infinitamente maior. O valor está menos no alcance superficial e mais na profundidade da influência.

Como identificar esse impacto invisível

Medir dark social exige uma mudança de mentalidade. Em vez de olhar apenas para gráficos de engajamento, os sócios podem adotar algumas práticas simples, como perguntar em reuniões de prospecção: “Como você chegou até nós?”. Muitas vezes, a resposta será “um colega me encaminhou seu artigo” ou “vi sua análise em um grupo de executivos”. Esses relatos qualitativos são indícios claros de que a comunicação está circulando em esferas de confiança.

Estratégias para potencializar o dark social

Embora não seja mensurável da mesma forma que os likes, o dark social pode ser estimulado. Produzir conteúdos que resolvam dúvidas práticas, ofereçam análises profundas em linguagem acessível aumenta as chances de compartilhamento. Outro ponto essencial é manter consistência. Artigos, posts e newsletters precisam refletir a identidade e a autoridade do escritório, de modo que sejam lembrados e recomendados.

O futuro da comunicação na advocacia

O grande desafio do marketing jurídico é compreender que visibilidade pública e influência privada não caminham sempre juntas. Os negócios de maior valor, geralmente, surgem nos bastidores, onde recomendações circulam em confiança. Ao entender e valorizar o impacto do dark social, os escritórios conseguem enxergar além das métricas visíveis e medir o que realmente importa, a reputação sólida, a autoridade técnica e a geração de negócios estratégicos.

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Fonte: Portal ClienteSA

Nos últimos anos, os comitês de marketing têm se tornado comuns nos escritórios de advocacia brasileiros. Inspirada em uma prática já consolidada nos Estados Unidos, a ideia é nobre e busca reunir sócios de diferentes áreas e gestores internos para contribuir com a estratégia de marketing e facilitar a interlocução com as agências especializadas. Na teoria, esse grupo multidisciplinar deveria dar agilidade, alinhar expectativas e centralizar decisões, mas, na prática, muitas vezes acontece o oposto.

Quando o comitê se transforma em um espaço com excesso de opiniões, sem clareza de papéis e responsabilidades, o resultado é paralisante. Cada integrante faz alterações em um texto, um post ou uma campanha, tentando adequar o tom ao próprio ponto de vista. A versão original, que tinha voz, energia e conexão com o público, desaparece em meio a dezenas de edições. O conteúdo final torna-se burocrático. O que era estratégico e criativo fica apenas “seguro” e, portanto, invisível.

Não se pode negar que comitês podem trazer benefícios. Eles centralizam as informações do escritório, evitam duplicidade de esforços e ajudam a alinhar a comunicação de diferentes áreas. Quando bem estruturados, também podem ser um espaço de troca de ideias estratégicas, contribuindo para o desenvolvimento de novas ações e fortalecendo a cultura interna de marketing.

O problema surge quando todos os integrantes têm poder de veto. “Muito cacique para pouco índio” costuma resultar em decisões lentas e desgastantes. Em vez de acelerar o trabalho das agências de marketing jurídico, os comitês acabam atrasando aprovações e esvaziando a proposta inicial. Essa cultura do consenso pode matar a ousadia, justamente em um mercado que precisa ser mais claro, humano e relevante em sua comunicação.

Não por acaso, profissionais de marketing jurídico relatam frustração ao lidar com comitês pouco objetivos. É comum ver projetos se arrastarem por semanas, com cada versão de um conteúdo passando por revisões intermináveis. Ao final, o que chega ao público é uma mensagem tão “politicamente correta” que não desperta engajamento algum.

A solução não é eliminar os comitês, mas repensar sua estrutura. É essencial definir quem toma a decisão final, quais são os critérios de aprovação e qual o real objetivo do grupo. Um comitê eficiente precisa ser estratégico, não operacional. Ele deve olhar para o “grande quadro”, deixando que especialistas, internos ou externos, executem o que sabem fazer.

Outro ponto é a representatividade. Quanto mais enxuto e diverso o comitê for, maiores as chances de que ele funcione. Cinco pessoas com foco estratégico tendem a ser mais produtivas do que quinze sócios tentando aprovar cada vírgula. Além disso, é importante estabelecer prazos claros e evitar que o comitê se torne um gargalo para a agência e para o time interno de marketing.

Os escritórios brasileiros podem aprender com a experiência norte-americana. Lá, após anos de tentativas e erros, percebeu-se que marketing por comitê não funciona quando cada decisão precisa ser consensual. Conteúdo seguro demais é conteúdo irrelevante. Por isso, a máxima deve ser clareza acima do excesso de cautela.

Afinal, o público-alvo quer ser informado e sentir confiança, não ler um texto que parece ter sido escrito para agradar a todos internamente. O marketing jurídico precisa ser assertivo, vivo e conectado. E isso só é possível quando há espaço para que as agências e profissionais especializados executem o trabalho com autonomia.

Enquanto os comitês de marketing não entenderem que sua função é direcionar e não controlar cada detalhe, corremos o risco de ver bons projetos naufragarem antes mesmo de ganhar visibilidade.

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O avanço das plataformas digitais e a flexibilização gradual das regras da OAB para a publicidade na advocacia despertaram um interesse crescente pelo uso de anúncios pagos. Ainda que o Provimento 205/2021 permita o patrocínio de publicações e o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, há limites rigorosos para evitar o caráter mercantilista e preservar a sobriedade que a profissão exige.

Para escritórios que assessoram empresas, a publicidade paga carrega riscos que vão muito além do custo de veiculação. A contratação de um advogado, especialmente no meio corporativo, continua sendo uma decisão fortemente baseada na confiança e na reputação. Um anúncio mal planejado pode transmitir a sensação de urgência na captação de clientes ou, pior, de desespero comercial, afetando a credibilidade e distanciando potenciais contratantes. Na advocacia empresarial, a construção de reputação é um processo de longo prazo, que dificilmente se sustenta apenas em campanhas de mídia paga.

Outro ponto relevante é a qualidade dos prospects gerados por anúncios pagos. Embora possam trazer volume de contatos, nem sempre esses leads têm o perfil ou a necessidade real de contratar o escritório. É comum receber demandas desalinhadas com a área de atuação ou com o ticket médio desejado, o que consome tempo da equipe e desvia o foco de oportunidades mais estratégicas. No caso de escritórios que atendem pessoa física, esse impacto costuma ser menos relevante, especialmente em áreas de grande volume, como previdenciário ou consumerista. Ainda assim, a seleção criteriosa e o alinhamento com o público-alvo são fundamentais para evitar desperdício de recursos.

As diretrizes da OAB reforçam que o patrocínio de conteúdo só é permitido quando não houver oferta direta de serviços, devendo ter caráter exclusivamente informativo ou educativo. Isso significa que impulsionar um artigo jurídico, promover um webinar ou divulgar um evento de interesse público é aceitável, desde que o material mantenha sobriedade e respeite os princípios éticos da advocacia. Formatos com apelo comercial explícito, promessas de resultado ou linguagem sensacionalista são vedados e prejudicam tanto a conformidade legal quanto a imagem institucional.

No fim, a discussão sobre publicidade paga na advocacia não se limita a poder ou não anunciar. A questão central é como e por que anunciar. Uma estratégia mal conduzida pode gerar mais ruído do que resultado, entregando leads desqualificados, desgastando a imagem e desperdiçando investimentos. Mais do que investir em cliques, o verdadeiro desafio é investir em confiança, relevância e autoridade, valores que nenhuma campanha, por mais segmentada e bem planejada que seja, consegue comprar.

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Em um ambiente cada vez mais competitivo e digitalizado, a reputação de um escritório de advocacia se tornou um dos seus maiores ativos. Mais do que conquistar clientes, é preciso manter a confiança do mercado, gerenciar percepções e responder com agilidade a crises de imagem. Nesse cenário, o marketing jurídico estratégico tem papel fundamental, não apenas como vitrine, mas como instrumento de fortalecimento e proteção da marca.

Confira a seguir como construir uma reputação sólida e quais os erros mais comuns que podem comprometê-la:

1. Clareza de objetivos

Um dos erros mais frequentes no marketing jurídico é atuar sem metas definidas. Objetivos vagos como “quero mais visibilidade” não ajudam a direcionar esforços. Escritórios que não estabelecem metas específicas (como aumento de leads qualificados, tráfego ao site ou novos contatos institucionais) acabam desperdiçando recursos e colhendo resultados incertos.

Como o marketing contribui:
Estabelecer metas SMART (específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo) permite orientar toda a comunicação e mensurar o impacto real das ações de reputação.

2. Conhecimento do público-alvo

Muitos escritórios presumem que seus clientes pensam como eles, mas quem toma a decisão de contratar um advogado pode ser um diretor jurídico, um CEO, um conselheiro ou até o board da empresa, com visões e expectativas distintas.

Como o marketing contribui:
Personas bem construídas, pesquisas e análise de comportamento digital ajudam a entender quem é o tomador de decisão, como ele se informa e o que considera valioso em uma banca.

3. Falta de posicionamento

Copiar ações de concorrentes ou seguir tendências genéricas sem entender se elas combinam com os valores do escritório é um dos caminhos mais rápidos para perder autenticidade. Um posicionamento mal definido enfraquece a identidade e gera confusão.

Como o marketing contribui:
Construir uma narrativa única, ancorada na cultura, expertise e diferenciais do escritório, posiciona a marca de forma consistente. Isso cria valor e diferenciação real no mercado jurídico.

4. Ignorar o “porquê” do escritório

Escritórios que falam apenas dos serviços que oferecem e não do propósito que os move perdem a chance de se conectar emocionalmente com o cliente. A motivação que sustenta a prática jurídica pode ser um elemento poderoso de reputação.

Como o marketing contribui:
Incluir a missão, os valores e a razão de existir do escritório em seus conteúdos aproxima o público e gera identificação. Em um mercado com serviços semelhantes, o “porquê” pode ser decisivo.

5. Resistência à inovação

Ignorar novas formas de comunicação, evitar redes sociais ou desprezar o potencial de ferramentas digitais como SEO, vídeos, e até mesmo IA, faz com que muitos escritórios fiquem para trás. A reputação também está ligada à percepção de modernidade e adaptação ao tempo.

Como o marketing contribui:
Adoção gradual e estratégica de novos canais e formatos garante que a marca acompanhe o mercado sem perder sua essência. Modernidade e tradição podem (e devem) coexistir na reputação digital.

6. Gestão ativa da reputação

Mesmo escritórios com histórico impecável podem ter sua imagem abalada por avaliações negativas, notícias descontextualizadas ou crises pontuais. Ter uma reputação sólida requer ação constante.

Como o marketing contribui:
Monitoramento de menções, gestão de crises, publicação de conteúdos de autoridade e estratégias de SEO ajudam a garantir que a imagem do escritório esteja protegida e que os resultados da busca reflitam sua excelência.

Reputação é estratégia

Reputação não se conquista com um único case de sucesso ou uma boa peça visual. Ela é construída no longo prazo, com coerência entre discurso e prática, presença digital consistente e escuta ativa do mercado.

Para os escritórios que desejam ser lembrados não apenas pela competência técnica, mas também pela confiabilidade, inovação e relevância, o marketing jurídico é um aliado estratégico e, mais do que isso, um guardião da reputação.

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No universo jurídico, reputação não é construída apenas com resultados. Ela se solidifica com visibilidade estratégica. Estar entre os nomes reconhecidos nos principais diretórios jurídicos é um passo importante para ganhar credibilidade no mercado, atrair novos clientes e reter os atuais.

Mas o que, de fato, os diretórios jurídicos avaliam? Quais categorias são relevantes? E como se preparar para alcançar e manter posições de destaque?

Preparamos um guia completo com os diretórios mais relevantes e dicas práticas para ajudar seu escritório a se posicionar melhor.

Chambers and Partners

O que é avaliado:

  • Qualidade do trabalho jurídico (casos de destaque, inovação, complexidade)

  • Relacionamento e feedback de clientes e pares

  • Reputação individual e institucional

  • Proatividade e capacidade de liderar no setor

Estrutura do ranking:

  • Bandas de 1 a 6 para bancas e profissionais (1 é a mais alta)

  • Star Individual para advogados notáveis

  • Categorias como Up-and-Coming, Associates to Watch e Senior Statesperson indicam o estágio da carreira

Diferenciais:

  • Os rankings são divididos por jurisdição e área de atuação

  • Clientes entrevistados têm grande peso na avaliação

  • Os editores valorizam consistência, clareza e relevância dos casos apresentados

Como se destacar:

  • Foque em casos de alto impacto e com desdobramentos estratégicos

  • Escolha clientes dispostos a falar sobre a parceria com profundidade

  • Prepare sócios e associados para entrevistas, com argumentação clara sobre sua atuação

Legal 500

O que é avaliado:

  • Estrutura da equipe e lideranças

  • Diversidade e especialização dos casos

  • Iniciativas de ESG, inovação e atendimento ao cliente

  • Reconhecimento pelo mercado

Estrutura do ranking:

  • Tiers de 1 a 6 por prática e jurisdição

  • Destaques individuais:

    • Leading Individuals

    • Next Generation Partners

    • Rising Stars

    • Hall of Fame para profissionais renomados

Outros diferenciais:

  • Destaques como Client Satisfaction e Green Guide

  • Valoriza a experiência da equipe como um todo, não apenas os sócios

Como se destacar:

  • Apresente a evolução da banca e seu posicionamento em diferentes indústrias

  • Dê evidência a práticas inovadoras e foco no cliente

  • Enfatize diferenciais culturais e resultados concretos

IFLR1000

Foco exclusivo:

  • Práticas transacionais e financeiras, como M&A, private equity, mercado de capitais, bancário, project finance

Destaques individuais:

  • Market Leaders

  • Highly Regarded

  • Rising Star Partners

  • Women Leaders

Como se destacar:

  • Mostre liderança técnica em negócios complexos e cross-border

  • Comprove a atuação da banca em transações estratégicas, com volume e relevância

  • Destaque o papel da equipe jurídica como parceiro de negócios

Best Lawyers

O que é avaliado:

  • Avaliação por pares (peer review)

  • Tempo de carreira e impacto na área

  • Referência entre profissionais da mesma especialidade

Categorias:

  • Best Lawyers (para profissionais com mais de 10 anos)

  • Ones to Watch (de 5 a 9 anos de experiência)

  • Lawyer of the Year e Law Firm of the Year (por região e prática)

Como se destacar:

  • Estimule indicações qualificadas

  • Trabalhe o networking com outros profissionais do setor

  • Valorize publicamente as conquistas reconhecidas

Leaders League

O que é avaliado:

  • Posicionamento da banca no mercado

  • Qualidade técnica

  • Presença institucional (eventos, rankings, inovação)

  • Casos e perfil dos clientes

Categorias do ranking:

  • Leading, Excellent, Highly Recommended, Recommended, Valuable Practice

Como se destacar:

  • Use a diversidade de categorias (inovação, marketing, negócios) a seu favor

  • Apresente projetos de transformação, novas áreas e atuação internacional

  • Aposte em narrativas institucionais bem construídas e coerentes

Outros diretórios especializados

IP STARS (Propriedade Intelectual):

  • Avalia patentes, marcas, direitos autorais

  • Destaques como Top 250 Women in IP e Rising Stars

IAM Patent 1000 e WTR 1000:

  • Foco exclusivo em propriedade industrial

  • Bandas Gold, Silver, Bronze

ITR World Tax:

  • Avalia tributaristas e áreas de planejamento fiscal

  • Destaques como Women in Tax e Highly Regarded

Como se destacar:

  • Mostre atuação técnica sólida em temas de alta complexidade

  • Valorize a estratégia integrada do escritório em setores regulados

  • Garanta depoimentos de empresas reconhecidas no segmento

Como preparar os bastidores

Diagnóstico estratégico

  • Avalie os diferenciais da banca por área e região

  • Identifique talentos internos em ascensão

  • Mapeie cases consistentes que podem ser replicados

Submissões bem feitas

  • Siga o modelo de cada diretório à risca

  • Foque em resultados concretos, clareza e storytelling

  • Mostre evolução de clientes, expansão de escopo e impacto

Relacionamento com clientes

  • Prepare o cliente para a entrevista

  • Reforce a importância do feedback estruturado

  • Mantenha a proximidade e a excelência na entrega

Planejamento

  • Antecipe-se aos calendários de submissão

  • Crie uma rotina interna para coleta de dados e envolvimento das áreas

Presença institucional

  • Tenha um site atualizado, artigos assinados e posicionamento digital claro

  • Invista em marketing jurídico integrado: SEO, imprensa, redes sociais

  • Mostre constância e consistência para reforçar a reputação da banca

Na Markle, acompanhamos nossos clientes em todas essas etapas, com metodologia própria e experiência consolidada. Ajudamos a transformar potencial em reconhecimento, preparando bancas para ocupar os espaços que merecem nos rankings. Se o seu escritório deseja crescer com estratégia, reputação e visibilidade, fale com a gente.

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➤ O marketing como motor estratégico dos escritórios

  • O marketing jurídico deixou de ser apenas institucional.

  • Hoje, ele contribui diretamente para a geração de oportunidades e fortalecimento da reputação.

  • Escritórios que integram o marketing à tomada de decisão têm maior visibilidade e conexão com o mercado.

➤ Da presença à influência

  • Ter um bom site e perfis nas redes sociais já não é diferencial, é requisito.

  • O marketing eficaz transforma o conhecimento técnico do escritório em autoridade.

  • Posicionar-se estrategicamente é tão importante quanto ser tecnicamente excelente.

➤ Relacionamento como diferencial competitivo

  • A jornada do cliente começa muito antes do primeiro contato com o time jurídico.

  • O marketing organiza essa jornada, garantindo clareza, relevância e coerência nos pontos de contato.

  • Produção de conteúdo, redes sociais e posicionamento digital constroem a confiança necessária para novos negócios.

➤ Conteúdo jurídico como ferramenta de prospecção

  • Artigos, vídeos e posts demonstram domínio técnico e ajudam o cliente a entender seu problema.

  • A comunicação precisa ser acessível, segmentada e orientada às dores reais dos públicos estratégicos.

  • O LinkedIn é a principal plataforma para fortalecer a autoridade de bancas empresariais.

➤ Segmentação e estratégias personalizadas

  • Escritórios com atuação empresarial se beneficiam de ações como Account-Based Marketing.

  • Cada segmento demanda uma narrativa diferente, com linguagem, abordagem e canais específicos.

  • Estratégias bem definidas aumentam a conversão de oportunidades em relacionamentos duradouros.

➤ Integração entre marketing e equipe jurídica

  • O marketing não atua isolado, ele precisa estar conectado aos sócios e demais áreas do escritório.

  • A colaboração permite transformar temas complexos em conteúdos compreensíveis e relevantes.

  • Materiais de apoio, apresentações, e inteligência de mercado são essenciais para os times comerciais e jurídicos.

➤ O novo perfil do profissional de marketing jurídico

  • Deve ter visão estratégica, domínio técnico e compreensão do setor jurídico.

  • É alguém que une análise de dados com sensibilidade de marca e comunicação.

  • Atua como ponte entre a banca e seus diferentes públicos, dentro e fora do escritório.

Na Markle, acreditamos que comunicar bem é parte essencial da prática jurídica.
Se o seu escritório também quer transformar marketing em resultado, fale com a gente.