Inbound e outbound marketing na advocacia: diferenças e benefícios

10 de setembro de 2025

Por Priscilla Adaime

Foto Inbound e outbound marketing na advocacia: diferenças e benefícios

No mercado jurídico cada vez mais competitivo, os escritórios de advocacia precisam adotar estratégias eficazes para se destacar sem ultrapassar os limites éticos definidos pela OAB. Nesse cenário, duas abordagens de marketing ganham relevância: o inbound marketing e o outbound marketing. Embora diferentes, essas práticas podem se complementar e trazer benefícios significativos quando aplicadas de forma estratégica e responsável.

O inbound marketing no contexto jurídico

O inbound marketing, também chamado de marketing de atração, é baseado em atrair clientes de forma orgânica por meio da produção de conteúdo relevante. Para escritórios de advocacia, isso significa criar artigos para o site institucional sobre mudanças legislativas ou decisões de impacto, participar de webinars e podcasts que discutam tendências do setor jurídico, ou enviar newsletters periódicas com análises práticas de temas atuais.

O grande diferencial do inbound é que ele constrói autoridade no longo prazo. Um artigo otimizado para SEO pode continuar atraindo visitantes meses ou anos após a publicação. Essa estratégia ainda se alinha ao caráter educativo exigido pela OAB, já que não envolve linguagem promocional ou promessa de resultados, mas sim a difusão de conhecimento técnico de interesse público.

O outbound marketing aplicado com cautela

O outbound marketing, por outro lado, envolve ações ativas e direcionadas para alcançar potenciais clientes. Exemplos incluem campanhas segmentadas no Google Ads, anúncios patrocinados no LinkedIn ou contatos institucionais com empresas em setores estratégicos. No entanto, essas iniciativas precisam ser cuidadosamente planejadas para não violar as normas éticas da advocacia.

No contexto brasileiro, o outbound pode ser usado de forma ética para impulsionar conteúdos informativos que já foram produzidos pelo escritório, como artigos, análises ou convites para eventos institucionais. Esse formato respeita o caráter educativo da publicidade jurídica e evita a mercantilização. A vantagem do outbound é a rapidez nos resultados, já que permite alcançar decisores em pouco tempo. A desvantagem é a dependência de investimento contínuo, uma vez que a visibilidade tende a cair assim que a campanha é interrompida.

Como integrar inbound e outbound

A chave não está em escolher apenas uma das estratégias, mas em saber combiná-las. O inbound cria a base de credibilidade e reputação enquanto o outbound acelera o alcance e amplia a visibilidade junto a públicos específicos. Um escritório pode publicar um estudo sobre impactos da reforma tributária em determinado setor e em paralelo impulsionar esse conteúdo para gestores e diretores jurídicos de empresas desse segmento.

Essa integração aumenta as chances de gerar reconhecimento orgânico no longo prazo e oportunidades imediatas no curto prazo. Mais do que competir entre si inbound e outbound se complementam para construir uma presença digital sólida e estratégica.

Cuidados éticos fundamentais

A OAB por meio do Provimento 205 estabelece regras claras para a publicidade na advocacia. Isso significa que tanto inbound quanto outbound devem evitar práticas como menção a casos concretos linguagem apelativa promessa de resultados ou divulgação de honorários. O foco deve ser sempre na produção de conteúdo informativo que eduque o público e fortaleça a reputação do escritório como referência técnica.

Inbound e outbound marketing quando aplicados com planejamento e consoante a ética profissional são ferramentas valiosas para escritórios de advocacia. O inbound constrói autoridade, confiança e relevância orgânica, enquanto o outbound potencializa a exposição e acelera a geração de oportunidades. Quando usados juntos, esses dois caminhos permitem que os escritórios consolidem sua presença no mercado jurídico sem abdicar da seriedade e da credibilidade que a profissão exige.