Durante muito tempo os escritórios de advocacia contaram com o nome, a tradição da banca e as indicações como principais caminhos para atrair clientes e embora esses fatores ainda tenham peso, a forma como as pessoas escolhem os serviços jurídicos mudou. Hoje a presença digital não é mais uma opção, é um requisito e as redes sociais passaram a ocupar um lugar estratégico no relacionamento com o mercado.
Antes de agendar uma reunião, é comum que um potencial cliente visite o site do escritório, procure o perfil no LinkedIn, leia postagens recentes e avalie se aquele conteúdo transmite segurança, clareza e atualização. Isso significa que a primeira impressão raramente é presencial. Ela acontece no feed, na busca ou em um artigo e essa percepção inicial é decisiva para que o prospect avance o relacionamento.
O marketing jurídico pelas redes sociais não tem o objetivo de vender diretamente. Seu papel é construir autoridade, demonstrar conhecimento e gerar conexões com quem está buscando por soluções jurídicas. Ao produzir conteúdo, o escritório se coloca como referência nas áreas e setores em que atua e passa a ser lembrado de forma espontânea, pois quem não é lembrado, não é contratado.
A estratégia das redes sociais para escritórios deve partir de um ponto simples. Quem você quer atrair e o que essa pessoa precisa entender e sentir para iniciar um contato.
Uma empresa que atua no setor de tecnologia pode buscar por um conteúdo mais objetivo e voltado para riscos regulatórios e contratos. Se o foco é familiar, ela vai precisar de informações sobre soluções tributárias e planejamento sucessório. Um fundo de investimento busca agilidade e clareza em M&A ou governança. Cada público exige uma abordagem diferente. E o bom conteúdo é aquele que responde ao que o cliente realmente precisa ouvir.
Ao estruturar a presença nas redes sociais, o escritório precisa escolher onde e como vai atuar. LinkedIn é o principal espaço de autoridade para o setor jurídico. É onde estão os decisores de empresas, os influenciadores de mercado, os jornalistas e outros escritórios. É também onde artigos, opiniões e posições institucionais ganham força e legitimidade.
Instagram pode cumprir um papel de reforço institucional e mostrar a cultura do escritório com leveza. Facebook segue sendo relevante para bancas que atuam com causas de massa ou clientes pessoa física. Já os vídeos curtos ganham espaço como formato de alto alcance e podem ser usados com cuidado em reels ou stories.
Mas de nada adianta marcar presença se não houver planejamento e consistência. A estratégia deve considerar temas que sejam de interesse do público, posicionamento da marca, linguagem acessível, calendário editorial, diversificação de formatos e análise de resultados.
Não se trata de agradar algoritmos e sim de construir relevância com quem decide. Um bom post pode abrir uma conversa. Uma conversa pode virar uma reunião. E uma reunião pode virar uma nova conta.
Outro ponto essencial é compreender que redes sociais não são apenas canais de divulgação. Elas são canais de escuta. Observar como os clientes interagem, que temas mais geram interesse, quais perguntas se repetem e o que viraliza entre os concorrentes ajuda a calibrar a estratégia e se manter competitivo.
Medir resultados não é apenas acompanhar likes. É avaliar crescimento de visibilidade, aumento de acessos ao site, volume de leads qualificados, engajamento real e oportunidades de relacionamento geradas. O que não se mede não evolui.
Para escritórios que desejam expandir sua atuação, fortalecer sua marca ou aumentar a recorrência de clientes, as redes sociais podem ser uma poderosa aliada. Desde que usadas com estratégia, clareza e regularidade.
A nova geração de decisores empresariais já está nas redes. E os escritórios que se comunicam com inteligência vão conquistar esse espaço com mais naturalidade.
Se você ainda tem dúvidas sobre por onde começar, o melhor caminho é começar pelas perguntas certas, o resto é técnica e constância. Porque nas redes sociais quem sabe o que quer comunicar já está um passo à frente.