Não é só estética, é estratégia: como o design influencia a confiança na advocacia

21 de maio de 2025

Por Priscilla Adaime

Foto Não é só estética, é estratégia: como o design influencia a confiança na advocacia

O design nunca foi apenas sobre a beleza. Quando pensamos na atuação de escritórios de advocacia, muitas vezes imaginamos que o visual é secundário diante da competência jurídica. Mas a ciência cognitiva e a neurociência mostram o oposto. O que está na tela influencia profundamente o que fica na memória, como o usuário interpreta uma informação e o que ele sente diante de uma experiência digital. E isso tem impacto direto na reputação da marca jurídica.

O cérebro humano processa imagens de forma muito mais rápida do que o texto. Estudos indicam que cerca de noventa por cento das informações transmitidas ao cérebro são visuais. Isso quer dizer que as primeiras impressões sobre um site ou uma apresentação são formadas antes mesmo da leitura. No ambiente jurídico, em que a tradição convive com a necessidade de atualização, essa percepção visual pode ser a diferença entre parecer confiável ou parecer ultrapassado.

O design cognitivo surge como um aliado estratégico ao unir neurociência, psicologia e design, visando criar experiências mais intuitivas, funcionais e memoráveis. Esse campo parte do princípio de que o cérebro tem limitações para processar informações. Quando exposto a muitos estímulos ao mesmo tempo, ele pode sofrer sobrecarga cognitiva, o que leva à confusão, à fadiga mental e à desistência.

Na prática, isso significa que sites com muitos textos em blocos grandes, tipografias pouco legíveis e menus complexos são rapidamente rejeitados. Por outro lado, interfaces que usam hierarquia visual clara, contraste adequado, espaçamento eficiente e elementos reconhecíveis geram conforto, reduzem o esforço e aumentam o tempo de permanência. A memória também é impactada por isso. O usuário tende a lembrar mais de experiências visuais organizadas e coerentes do que de informações isoladas e fragmentadas.

Para escritórios, isso se traduz em oportunidades. Uma proposta clara e visualmente bem estruturada transmite mais profissionalismo. Um post com cores equilibradas e bom espaçamento tem maior engajamento. Um site intuitivo com boa usabilidade transmite confiança desde o primeiro acesso. Tudo isso porque nosso cérebro busca padrões, se guia por familiaridade e responde melhor a mensagens visuais que seguem lógicas naturais.

Princípios da psicologia da Gestalt como proximidade, similaridade e continuidade ajudam a organizar informações e conduzir o olhar do usuário. A teoria da carga cognitiva mostra que devemos reduzir as opções em excesso e manter a comunicação objetiva. A consistência visual cria conforto e previsibilidade. A hierarquia ajuda a destacar o que é essencial. E o feedback visual permite que o usuário entenda que sua ação teve um efeito. Todos esses elementos combinados fazem com que o design não seja um acessório estético, mas um facilitador de compreensão, memória e conexão emocional.

Para escritórios de advocacia que desejam se posicionar com mais força no meio digital, investir em design com base em princípios cognitivos é uma estratégia inteligente. Um visual que respeita o funcionamento do cérebro humano gera resultados melhores. Ele não apenas atrai mais atenção como também melhora a experiência do usuário e fortalece a percepção de valor da marca.

Se a sua banca deseja sair do lugar-comum e construir uma presença digital que alia clareza, sofisticação e estratégia, o design é um dos primeiros pilares a serem observados. Afinal, a mente entende antes mesmo de ler. E a percepção visual pode ser o elo mais rápido entre o seu escritório e a confiança de um novo cliente.